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                    Fabricação de armas caseiras desafia PM em 
                    Minas
                    
                    
                    26/10/2016 
                    
                    Mais do que se preocupar com o 
                    contrabando, as autoridades mineiras têm pela frente o 
                    desafio de combater o surgimento de fábricas caseiras de 
                    armas, uma prática criminosa que tem se tornado cada vez 
                    mais comum no Estado. Quase 15% do armamento recolhido pela 
                    polícia em Minas Gerais são de fabricação caseira. Os dados 
                    fazem parte de um levantamento inédito feito pelo Instituto 
                    Sou da Paz com base nas apreensões realizadas pela Polícia 
                    Militar em 2014.  
                    De um total de 18.560 revólveres, 
                    espingardas, pistolas e outros modelos apreendidos, 2.694 
                    foram feitos de forma caseira. Espingardas e garruchas sãos 
                    os tipos mais fabricados de forma clandestina pelos 
                    criminosos.  
                    A própria PM confirma que esse é um 
                    cenário que, apesar de ter sido retratado com dados de 2014, 
                    ainda é bem atual. Apenas neste ano, três fábricas 
                    clandestinas foram descobertas em Belo Horizonte e outra em 
                    São Joaquim de Bicas, na região metropolitana. 
                    O último caso, em agosto, terminou com a 
                    prisão de quatro pessoas que estariam envolvidas na 
                    fabricação de pistolas e submetralhadoras em duas 
                    residências nos bairros Tupi e Providência, região Norte de 
                    BH. As submetralhadoras que seriam usadas em crimes eram 
                    vendidas a R$ 3,5 mil. 
                    Confirmação 
                    “A corporação tem apreendido um número 
                    maior de armas caseiras em Minas. Percebemos que o indivíduo 
                    vem buscando alternativas para o estabelecimento do crime em 
                    face de uma série de questões que favorecem o processo 
                    criminoso, como o fato de a lei ter brechas que acabam por 
                    alimentar o sensação de impunidade”, afirma o chefe da 
                    assessoria de imprensa da PM, capitão Flávio Santiago.  
                    Segundo informações da corporação, foram 
                    apreendidas entre janeiro e setembro deste ano 16.898 armas 
                    de fogo em todo o Estado. No primeiro semestre de 2016, 
                    quase 30 mil pessoas foram detidas por diversos crimes em 
                    Minas, mas apenas 614 ficaram efetivamente presas. 
                    “A polícia tem feito operações e 
                    utilizado a inteligência para monitorar criminosos e e 
                    prendê-los em flagrante. Temos conseguido êxito nas ações, 
                    mas é preciso que a sociedade cobre o endurecimento das leis 
                    para reduzir a prática repetida de crimes pelos mesmos 
                    indivíduos”, diz Santiago. 
                    Ações 
                    Para Bruno Langeani, coordenador do 
                    Instituto Sou da Paz, responsável pelo mapeamento da 
                    procedência das armas, o estudo mostra, na verdade, um 
                    direcionamento equivocado do combate ao crime. “Se o governo 
                    quiser ter uma ação de impacto para reduzir circulação de 
                    armamento, precisa investir em combate a armas pequenas e de 
                    fabricação nacional. É um mito achar que o problema é o 
                    contrabando e as ações voltadas para esse sentido não vão 
                    resolver o problema”, explica. 
                    Do total de armas apreendidas em 2014 no 
                    Estado, 53% eram de procedência nacional, o que mostra o 
                    alcance do comércio ilegal dentro do país. “É preciso que as 
                    autoridades tenham acesso a esse tipo de informação, passem 
                    a produzir esses dados qualificados e trabalhem com esse 
                    cenário para ter resultados mais efetivos”, defende Langeani. 
                    
                      
                    
                                
                                 
                    
                                 
  
                    
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                    Por: HOJE EM DIA 
                    
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