O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) ameaça entrar em greve e interromper o atendimento em cerca de 800 municípios de Minas Gerais, o equivalente a 94% do território estadual. A paralisação pode ocorrer a partir da próxima terça-feira (8), caso não haja resposta do Ministério da Saúde (MS) e do governo estadual sobre a crise no financiamento do serviço.
De acordo com os consórcios que operam o Samu em Minas, o sistema enfrenta um déficit projetado de R$ 56,8 milhões para 2025. Os gestores alegam que o governo federal tem repassado valores muito abaixo do previsto, em alguns casos chegando a apenas 8% do total acordado.
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Além do problema orçamentário, cerca de 2 mil condutores socorristas estão mobilizados por melhores salários e reconhecimento da profissão como parte da área da saúde. Hoje, os profissionais recebem em média R$ 1.700 e reclamam de jornadas exaustivas e sobrecarga de trabalho.
A diretora do Sindsaúde-MG, Núbia Dias, afirma que a situação se tornou insustentável: “As bases do Samu estão financeiramente desequilibradas e o serviço corre risco de colapsar”, disse. Ela reforça que, em caso de greve, será mantido o atendimento mínimo exigido por lei.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou que não existe piso constitucional obrigatório para o Samu e negou omissão do governo federal. Já a Secretaria de Estado de Saúde de Minas afirma que tem contribuído com mais de 50% dos custos, superando a cota prevista em portaria.
Enquanto isso, a categoria pressiona a Câmara dos Deputados pela aprovação do PL 3.104/2020, que reconhece os condutores socorristas como profissionais de saúde, o que garantiria benefícios e maior proteção.
A paralisação, se confirmada, pode causar impacto direto no tempo de resposta aos atendimentos de urgência em todo o estado.
tpower – @portaltpower
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