Menos de um mês antes da operação da Polícia Federal que revelou um esquema de fraudes e descontos indevidos em benefícios do INSS, o então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, declarou ao Congresso Nacional que não havia “indício de dolo, fraude ou erro administrativo” nas cobranças questionadas.
O documento com a manifestação de Stefanutto foi assinado no dia 7 de abril e enviado apenas nesta semana ao Congresso pelo Ministério da Previdência Social. Já a Operação Sem Desconto, que desmantelou o esquema, foi deflagrada no último dia 23.
A declaração do ex-presidente do INSS foi uma resposta a um pedido de informação da deputada Júlia Zanatta (PL-SC), apresentado em fevereiro. A parlamentar citava denúncias de descontos indevidos em aposentadorias e pensões pagos pelo instituto.
Segundo as investigações conduzidas pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), foram encontradas vítimas que jamais poderiam autorizar os descontos — entre elas, pessoas com deficiência e doenças graves, indígenas analfabetos que vivem em aldeias, e até brasileiros residentes no exterior que nunca tiveram contato com as entidades responsáveis pelos débitos.
O governo federal anunciou que começará a fazer o ressarcimento às vítimas da fraude a partir da próxima terça-feira (13).
TPOWER – @portaltpower
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