Bruno Drummond, de 31 anos, que ficou tetraplégico após um acidente de trânsito em 2018, voltou a caminhar e recuperou quase todos os movimentos dos braços após participar de um tratamento experimental inédito. O avanço foi possível graças ao uso da polilaminina, medicamento ainda em fase de testes desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o laboratório Cristália.
A substância tem como base a laminina, molécula presente na placenta e que apresenta potencial de regenerar neurônios, favorecendo a recuperação de funções motoras perdidas.
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Além de Bruno, outros seis pacientes participaram voluntariamente do estudo. Segundo os pesquisadores, cinco deles evoluíram do nível A — sem movimentos ou sensibilidade — para o nível C, com parte da força e mobilidade recuperadas. A eficácia é maior quando o medicamento é aplicado até 24 horas após o trauma, mas há indícios de benefícios mesmo em casos mais antigos.
O tratamento consiste em uma única aplicação diretamente na medula, associada a sessões intensivas de fisioterapia. A UFRJ estuda a laminina há 25 anos e considera os resultados promissores, embora o medicamento ainda precise passar por novas fases de testes clínicos e aprovação da Anvisa antes de ser disponibilizado ao público.
“O meu diagnóstico era andar de cadeira de rodas para o resto da vida, não tinha mais esperança. Eu e minha família consideramos um milagre da ciência”, contou Bruno. “Agradeço todos os dias por ter participado desse tratamento revolucionário. Tive de reaprender todos os movimentos, comecei engatinhando até conseguir andar novamente.”