Um amplo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, e da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, revelou que mais de 99% das pessoas que sofreram infarto, AVC ou insuficiência cardíaca apresentavam pelo menos um entre quatro fatores de risco em níveis indesejados. Os resultados foram publicados no Journal of the American College of Cardiology (JACC).
Contrariando a ideia de que esses eventos ocorrem de forma inesperada, os cientistas apontam que os riscos já estão presentes muito antes do agravamento do quadro. A análise incluiu dados médicos de mais de 9,5 milhões de adultos sul-coreanos com 20 anos ou mais e de 6.800 norte-americanos entre 45 e 84 anos, acompanhados por cerca de duas décadas.
Os quatro fatores de risco avaliados foram:
• Pressão arterial igual ou superior a 120/80 mmHg, ou em tratamento;
• Colesterol total a partir de 200 mg/dL, ou em tratamento;
• Glicose em jejum a partir de 100 mg/dL, diagnóstico de diabetes ou uso de medicamentos;
• Tabagismo, atual ou passado.
Mais de 99% dos pacientes que desenvolveram doença coronariana, insuficiência cardíaca ou AVC tinham pelo menos um desses fatores, tanto na Coreia do Sul quanto nos Estados Unidos. Além disso, 93% apresentavam dois ou mais fatores combinados. A hipertensão foi o mais frequente, atingindo mais de 95% dos casos no grupo sul-coreano e mais de 93% entre os norte-americanos.
Mesmo entre mulheres com menos de 60 anos — faixa muitas vezes vista como de menor risco — mais de 95% apresentavam níveis inadequados de algum desses indicadores antes de eventos graves como falência cardíaca ou AVC.
Em uma segunda análise, os pesquisadores também identificaram os chamados níveis elevados, usados para diagnósticos clínicos:
• Pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg;
• Colesterol total a partir de 240 mg/dL;
• Glicose em jejum a partir de 126 mg/dL;
• Tabagismo ativo.