A cabeleireira Joyce Brito, de Manaus (AM), viveu o que chama de um verdadeiro milagre. Mãe de dois filhos — uma menina de 7 anos e um jovem de 22 —, ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral hemorrágico gravíssimo na véspera do Natal de 2022, enquanto trabalhava em seu salão de beleza. Aos 40 anos, teve o corpo paralisado, espumou pela boca e perdeu a capacidade de respirar e falar. Pouco depois, entrou em coma profundo, foi diagnosticada com morte cerebral e teve falência múltipla de órgãos. Contra todos os prognósticos médicos, ela despertou após 23 dias inconsciente.
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Joyce relata que, naquele dia, trabalhava intensamente, havia feito poucas refeições e se sentia exausta. “Comecei a me sentir mal, pedi à minha cliente que ligasse para minha mãe. Quando ela chegou, eu já estava vomitando e, ao tentar me levantar, meu corpo travou. Comecei a espumar, minha perna endureceu, meus lábios trancaram. Clamei a Deus para não me deixar morrer.”
Levada ao pronto-socorro, recebeu o diagnóstico de AVC, mas a unidade não possuía estrutura para atendê-la. Após quatro horas, uma ambulância a transferiu para o único hospital com UTI disponível. Durante o trajeto, a equipe médica alertou o filho de Joyce de que ela estava morrendo. “Meus órgãos entraram em falência. Só o coração batia. Os médicos disseram que era questão de tempo”, lembra.
Mesmo diante de exames que indicavam morte cerebral e sem perspectivas de recuperação, Joyce apresentou os primeiros sinais de reação no quinto dia de internação. “Estava tudo parado, mas, na hora em que iriam iniciar a hemodiálise, eu fiz xixi. Meus rins começaram a funcionar, e minhas atividades cerebrais voltaram. Era um renascimento”, conta.
Ao todo, foram 39 dias internada, sendo 23 em coma. Segundo os médicos, se sobrevivesse, viveria em estado vegetativo. No entanto, ela contrariou todas as expectativas. Hoje, apesar das sequelas — como perda de equilíbrio, dificuldades motoras e sensibilidade reduzida —, Joyce se dedica a alertar outras mulheres sobre os sinais do corpo. “A queda de cabelo, a exaustão, a alimentação errada… tudo isso já era um aviso. Meu corpo era uma bomba-relógio.”
Ela também relata ter tido experiências espirituais profundas durante o coma. “Me vi em outros lugares, em outro plano. Hoje sei que voltei para cumprir um propósito: contar o que vivi para que outras pessoas não esperem o limite chegar.”
Joyce afirma que o milagre não substitui os cuidados com a saúde. “Nada é impossível para Deus, mas a gente precisa fazer a nossa parte. Hoje sou mais grata, desacelerei e me aproximei da minha família. Quero que a minha história ajude outras pessoas a valorizarem a vida enquanto ainda há tempo.”
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