O Vaticano encerrou um longo debate teológico ao afirmar oficialmente que Jesus Cristo é o único redentor da humanidade, rejeitando o título de “corredentora” atribuído por alguns fiéis à Virgem Maria. A decisão foi formalizada em um novo decreto aprovado pelo Papa Leão XIV nesta terça-feira (4).
O documento, elaborado pelo principal órgão doutrinário do Vaticano, orienta os 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo a não se referirem a Maria como “corredentora”. Segundo o texto, “não seria apropriado usar o título ‘corredentora’, pois ele pode gerar confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã”.
De acordo com a nova instrução, apenas Jesus redimiu a humanidade por meio de sua crucificação e morte. O Vaticano reconhece, contudo, o papel especial de Maria como mãe e intermediária, ressaltando que, ao dar à luz Jesus, ela “abriu as portas da Redenção que toda a humanidade aguardava”.
O debate sobre o título de “corredentora” divide estudiosos e líderes da Igreja há décadas. O falecido Papa Francisco havia se posicionado contra o uso do termo, chamando a ideia de “loucura” e afirmando que Maria “nunca quis tirar nada do filho para si”. Bento XVI também rejeitou o título, enquanto João Paulo II chegou a apoiá-lo inicialmente, mas abandonou o uso público nos anos 1990 após críticas do então Escritório para a Doutrina da Fé.
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