Uma megaoperação deflagrada nesta quinta-feira, 28 de agosto, mobilizou 1.400 agentes em todo o país para desarticular a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na economia formal. A ofensiva, resultado de uma força-tarefa entre Polícia Federal, Receita Federal e forças de segurança estaduais, atingiu dez estados: São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
A ação, que reuniu três operações distintas — Quasar, Tank e Carbono Oculto — teve como alvo pessoas físicas e jurídicas usadas para movimentar recursos ilícitos e dar aparência de legalidade a negócios ligados ao crime organizado.
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Segundo a Receita Federal, cerca de 350 auditores fiscais participaram diretamente do cumprimento dos mandados. No total, 41 pessoas físicas e 255 empresas estão sob investigação. Somente na operação realizada em São Paulo foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão. No Paraná, além de 14 mandados de busca, foram expedidos 14 de prisão preventiva, resultando inicialmente em cinco prisões, número que subiu para seis após uma detenção em Santa Catarina.
Os números revelam a dimensão da rede financeira do PCC. Uma fintech investigada na Operação Carbono Oculto movimentou, entre 2020 e 2024, cerca de R$ 47 bilhões sem o conhecimento da Receita. As autuações fiscais já lançadas somam R$ 8,4 bilhões, enquanto a Justiça Federal determinou o bloqueio de até R$ 1,2 bilhão. Durante as ações, foram apreendidos mais de R$ 300 mil em espécie, 141 veículos, além de decretado o sequestro judicial de outros 100 automóveis, 192 imóveis e duas embarcações.
As investigações também identificaram 40 fundos de investimento utilizados pelo crime organizado, que movimentaram R$ 52 bilhões em quatro anos. Desse montante, 21 fundos foram bloqueados. Entre os bens adquiridos com recursos ilícitos estavam um terminal portuário, quatro usinas de produção de álcool, participação em outras duas usinas, uma frota de 1.600 caminhões e mais de 100 imóveis, incluindo seis fazendas avaliadas em R$ 31 milhões e uma residência estimada em R$ 13 milhões.
O diretor-geral da Polícia Federal afirmou que as operações representam um passo decisivo para enfraquecer a estrutura financeira do PCC, que vinha se infiltrando em setores da economia formal por meio de esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro.
tpower – @portaltpower
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