Jovens de 18 a 24 anos ficam em média 12 meses no emprego, enquanto baby boomers costumavam permanecer por décadas na mesma empresa
- Baby boomers: nascidos entre 1946 e 1964
- Geração X: nascidos entre 1965 e 1980
- Millennials (ou geração Y): nascidos entre 1981 e 1996
- Geração Z: nascidos entre 1997 e 2012
O mercado de trabalho brasileiro vive uma mudança de paradigma marcada pelo comportamento das novas gerações. Levantamento do Ministério do Trabalho mostra que profissionais de 18 a 24 anos permanecem, em média, apenas 12 meses em um mesmo emprego. Em 2024, a taxa de rotatividade nessa faixa etária chegou a 96,2%, um índice que revela o impacto da chamada cultura do job hopping — trocar de emprego em curtos intervalos de tempo.
- 💵 Estabilidade e salário deixaram de ser os maiores desejos do trabalhador ou sinônimos de realização.
- 🚀 Os mais jovens priorizam ambientes flexíveis, empresas com propósito genuíno e oportunidades de crescimento acelerado.
Entre os principais fatores que levam ao pedido de demissão estão a busca por novas oportunidades (38%), a falta de reconhecimento (34%) e problemas de ordem ética (28%). Estresse, baixa flexibilidade e questões de saúde mental também aparecem entre os motivos apontados pelos trabalhadores. Diferentemente do que ocorria em gerações anteriores, a decisão de deixar um cargo não está apenas ligada a instabilidade, mas a uma escolha deliberada por aprendizado acelerado, ambientes mais abertos e alinhamento com valores pessoais.
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As diferenças de visão entre gerações ajudam a explicar essa transformação. Enquanto os “baby boomers” priorizavam estabilidade e segurança financeira, a geração X buscava conciliar permanência e crescimento, e os millennials passaram a valorizar propósito e desafios constantes. A geração Z, por sua vez, consolidou a ideia de que o trabalho deve fazer sentido, gerar aprendizado contínuo e estar conectado ao estilo de vida. Quando esses elementos não estão presentes, a troca de emprego se torna a opção natural.
Para as empresas, o cenário gera impactos diretos. Além de custos com recrutamento, seleção e treinamento, a alta rotatividade dificulta a formação de equipes sólidas, compromete projetos de longo prazo e afeta a cultura organizacional. Apenas nos últimos 16 meses, mais de 780 mil profissionais passaram por duas demissões voluntárias, e mais da metade tinha até 29 anos. Entre eles, 71% conseguiram se recolocar em até 60 dias, reforçando a percepção de que mudar de emprego não é arriscado como no passado .
Especialistas afirmam que, para reter talentos, as empresas precisam ir além do salário e apostar em benefícios como flexibilidade, programas de desenvolvimento, apoio à saúde mental e planos de carreira bem estruturados. Ações como mentorias intergeracionais, movimentação interna e abertura ao diálogo também são apontadas como estratégias eficazes para engajar os profissionais mais jovens e promover a convivência saudável entre diferentes gerações.
O futuro do trabalho, segundo analistas, será cada vez menos linear. A fidelidade à empresa tende a estar associada não apenas ao tempo de casa, mas à coerência entre discurso e prática e à capacidade de oferecer experiências que se conectem verdadeiramente com os objetivos de carreira dos trabalhadores.
tpower – @portaltpower
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